Depois do licenciamento da marca para produtos variados, grupo musical fecha contratos publicitários na rede de microblogsNascidos na era digital, os garotos do Restart criaram na internet o ambiente ideal para difundir suas músicas e produtos para os fãs. Em um ano e meio já chegaram a mais de 28 milhões de views no canal oficial do Youtube e mais de 6,5 milhões de plays no MySpace. No Twitter, os artistas falam com mais de 2 milhões de seguidores, somando-se os perfis dos quatro integrantes e o oficial da banda.
É justamente na rede de microblogs que começam a proliferar novos contratos para o grupo. A Reebok, marca representada no Brasil pela Vulcabras|azaleia, fechou patrocínio até o final de dezembro com os jovens, que passam a ser garotos-propaganda do tênis ZigTech. No exterior, a marca tem parcerias com artistas como Tiesto, Swiss e 50Cent. “A Reebok acredita que o ZigTech tenha o mesmo perfil da banda, ou seja, é inédito, provocativo, arrojado. O produto tem uma afinidade muito grande com o Restart em função do seu design e cores”, explica Pedro Bartelle, diretor de Marketing da Vulcabras|azaleia.
Além de usar os tênis nos shows e fotos, os artistas utilizam o Twitter para divulgar a marca. “Depois que eles twitaram o link do perfil oficial do tênis, em menos de uma hora, a Reebok já tinha mais de 5 mil seguidores. Eles trabalham demais no Twitter. Cada um escreve umas 10 vezes ao dia”, conta o produtor musical Guto Campos, da ArtMix. Outro contrato foi fechado com a Schincariol, para divulgação da bebida mista Skinka. “Durante um mês eles vão divulgar a bebida no Twitter e também vão gravar vídeos para a internet”, comenta o diretor artístico Marcos Maynard, da Maynard Music.
A Skinka criou o “Desafio Restart”, que vai premiar fãs da banda com um par de ingressos e kits personalizados dos integrantes do grupo. O concurso vai acontecer também em outras mídias sociais, como Facebook, Orkut e YouTube até o dia 16 de dezembro. Os meninos do Restart já gravaram um vídeo convidando os fãs para participar do concurso. Para participar, eles devem responder, em apenas 140 caracteres (pelo Twitter), o que diriam ao segurança do show da banda para que ele os deixasse entrar sem ingresso.
O guitarrista da banda Pe Lu, que usou o primeiro cachê recebido para comprar um iPhone com acesso à internet, confirma a vocação natural para o uso das redes sociais e acha que a divulgação dos produtos pela banda fica natural no Twitter. “Nós somos a geração dos 140 caracteres. Twitamos o tempo todo. Fica natural eu falar de um tênis para a galera saber que eu estou usando. Não tem tom de publicidade”, diz.
O sucesso garantiu à banda status de estrela de um gênero criado por eles, o happy rock – termo, inclusive, registrado pelo grupo-, e também contratos com patrocinadores, licenciamento de produtos da marca Restart e outros negócios ligados ao showbusiness. Fora do mundo virtual, produtos ligados à marca do grupo não param de surgir através da empresa de licenciamento Angeloti Licencing & Entertainment Business. São chicletes, cadernos, squeezes, álbum de figurinhas e revistas personalizadas. No próximo ano serão lançadas, pela empresa Meltex, camisetas, mochilas, tênis, lancheiras e estojos. A Flux irá lançar relógios digitais e analógicos. Uma das marcas registradas do estilo dos músicos, os óculos coloridos, ainda estão sendo negociados para licenciamento.
O CD de estreia da banda, distribuído pela Radar Records, já é o segundo mais vendido do País, com 100 mil cópias, atrás apenas de outra estrela teen, Justin Bieber. Na internet, as faixas podem ser baixadas no UOL, com preço de R$ 0,99. O próximo CD sai em dezembro, com vídeos multimídia e metade das músicas em espanhol, para divulgação no Uruguai, Chile e Argentina. Outro produto que será lançado no final do ano é um DVD de karaokê com músicas da banda.
O primeiro DVD de show, gravado em outubro no Happy Rock Sunday - domingueira que acontece uma vez por mês com a banda no HSBC Brasil- sai em março. Parte da mídia também adora os garotos - que já estamparam dezenas de capas de revistas adolescente, como Capricho, Toda Teen, Atrevida, entre outras -, e estrearam na semana passada um reality show televisivo– o Família Restart na MTV Brasil.
O sucesso nos negócios tem uma receita. “O formato que está nascendo hoje é de 360 graus, cuidar de A a Z do artista. O problema das gravadoras hoje é que elas só vendem CDs e nós buscamos outros meios de ganhar dinheiro – shows, patrocínios e venda de discos – e temos agilidade”, destaca Guto Campos. Maynard completa: “Não é fácil fazer isto. Precisa ter o talento do artista e dos executivos. As gravadoras não tem dinheiro para investir e não têm executivos que sabem encontrar e lançar artistas. O mercado está mudando e somos uma empresa que está mostrando o caminho”.